Sobre o Selo
O selo traz um desenho de Daniel Azulay feito pelo próprio artista. Além da assinatura, é possível ler a frase que era frequentemente dita por ele: “algodão doce pra você!” Compondo o fundo da arte, há lápis de cor, instrumento bastante utilizado por Azulay em um fundo amarelo e azul. A técnica utilizada foi desenho e computação gráfica.
Homenagem a Daniel Azulay
A emoção é a tônica do selo postal dedicado a Daniel Azulay, artista que dispensou, em sua trajetória de vida, o melhor de suas intenções e arte em prol da cultura nacional. O selo encanta pelos valores e significados de sua iconografia, que, certamente, enriquecerá o universo de colecionadores mundo afora.
Daniel Azulay nasceu no Rio de Janeiro, em 30 de maio de 1947, e morreu em 27 de março de 2020, também no Rio de Janeiro, cidade que foi o cenário de muitos de seus trabalhos. Partiu em um momento em que o Brasil atravessava uma crise sanitária grave, com a pandemia que abalou o mundo, desafiando o homem frente ao sofrimento, à morte e ao desconhecido. Certamente, Daniel Azulay partiu convencido de haver colaborado, como educador e comunicador, por décadas, com a formação de indivíduos preparados para encarar as adversidades de um mundo em crise. Deixou-nos exemplos de vivências saudáveis, divertidas e positivas, por meio da interação envolvente de seus personagens. Aqui vale uma referência à Turma do Lambe-Lambe, criada em 1975, para se ter a noção de como a obra de Azulay foi compreendida e assimilada por seu público.
Escrever sobre Daniel Azulay dá-me a sensação de estar, com ele, num longo, agradável e surpreendente bate-papo. Conversar com o criador da “Turma do Lambe-Lambe” é um momento único na jornada de quem acredita que a arte é a comunicação inteligente e adequada à transmissão de valores capazes de tornar o mundo digno das melhores vivências.
Também formado em Direito, Azulay era bem preparado para diferentes e variadas formas de pensar, de agir e de criar. Autor de Livros, de Revistas em Quadrinhos, com publicações de cartuns em diversos veículos de comunicação impressa e televisiva, Daniel Azulay foi um artista que comunicou a vida por meio da sua arte. Viajou pelo mundo expondo suas criações, fazendo palestras e conduzindo workshops de arte, educação e responsabilidade social. Premiado no Brasil e no exterior, suas obras de arte contemporânea fazem parte do acervo de coleções particulares e de grandes empresas. Com determinação, ingressou no universo dos videogames e adotou as novidades do mundo digital, a fim de se manter conectado com os novos tempos.
Sua presença era marcante nos canais de televisão, em especial a TV Educativa, com programas dirigidos ao público infantil, que assimilava a obra azulaydiana com a alegria de estar descobrindo a vida por meio de variadas e atraentes alegorias, estimulado por novas formas de enxergar o mundo.
Nada passava despercebido aos olhos de Azulay, onde o artista criava, com alma de criança alegre e consciente. Pousou sobre o seu público o mais terno olhar. Ele acreditava que as crianças deviam ser atingidas por centelhas de amor e de conhecimento, capazes de torná-las seres evoluídos, responsáveis e prósperos. Um exemplo disso é a Campanha Operação Lei Seca, lançada no Rio de Janeiro, em 2014, onde personagens infantis criados por Daniel Azulay, “Soprinho e sua Turma”, orientavam sobre os riscos de se dirigir veículos sob o efeito de bebida alcóolica.
Daniel Azulay educava, comunicava e alegrava, com simplicidade e beleza. Criou selos e outras peças filatélicas, como aerograma e cartão-postal. As peças por ele criadas para o segmento filatélico estavam alinhadas aos valores da Filatelia universal. Aqui um destaque às peças emitidas em 1977, onde o artista desenhou o selo navegando sobre um oceano azul. Já no cartão-postal da mesma emissão, o arco- -íris traspassa o selo, sugerindo a ideia de que o conhecimento invade, em forma de cores, o universo da Filatelia. O filme “Uma viagem pelo universo dos Selos”, por ele produzido, foi levado às escolas de todo o Brasil, por vários anos, no contexto do Projeto Filatelia nas Escolas, mostrando a importância dos selos na formação intelectual e educacional das crianças e jovens.
No selo da emissão Natal, de 1992, Azulay destacou o Papai Noel carregando um saco de presentes. Nesse trabalho o artista mostrou a solidariedade como um caminho possível à realização dos sonhos das crianças em tempos de Natal. O seu olhar sempre pairava sobre os mais necessitados e sobre as questões ambientalistas carentes de ações efetivas de melhorias e preservação.
Daniel Azulay, agora, é selo. Seu sorriso cativante e seu jeito alegórico de viver selarão o mundo. Virou arco-íris invadindo o selo. A Turma do Lambe-Lambe bate palmas para quem deu vida aos personagens Pita, Piparote, Ritinha, Damiana, Xicória, Gilda, Bufunfa, Professor Pirajá e Tristinho. Essa turma representa cada um de nós, e seguirá contando uma linda história. – Era uma vez... Um gênio chamado Daniel Azulay.
Maria de Lourdes Torres de Almeida Fonseca
Membro da Academia de Letras e Música do Brasil
Detalhes Técnicos
Edital nº 5
Arte: Daniel Azulay
Design e Arte Finalização: Lidia Marina Hurovich Neiva - Correios
Processo de Impressão: Ofsete, relevo seco e tinta calcográfica
Papel: cuchê gomado
Folha com 15 selos
Valor facial: 1º Porte da Carta
Tiragem: 150.000 selos
Área de desenho: 38 x 38mm
Dimensão do selo: 38 x 38mm
Picotagem: 11,5 x 11,5
Data de emissão: 13/6/2022
Local de lançamento: Rio de Janeiro/RJ
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
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