Sobre os Selos
Os selos apresentam uma pequena amostra da riqueza e beleza dos anfíbios anuros, mais conhecidos como sapo, pererecas e rãs. Para essa emissão, foram escolhidas cinco espécies da nossa fauna brasileira: a Perereca (Osteocephalus taurinus), o Sapinho-Flecha (Ameerega flavopicta), a Perereca-de-Pijamas (Boana buriti) e duas Pererecas-Macaco (Pithecopus oreades e Pithecopus hypochondrialis). Esses animais foram selecionados para representar as cinco regiões do bioma, sendo alguma delas endêmicas a algum bioma e outras amplamente distribuídas. A arte buscou dar destaque ao anuros e ambientá-los em um ambiente natural com a textura aplicada. O degradê bem sutil, cria uma continuidade entre os selos, partindo de uma cor mais quente ao norte ficando mais frio em direção ao sul, na parte inferior da folha. A técnicas utilizadas foram ilustração vetorial, foto e foto-montagem.
Fauna Brasileira: Anuros Os anfíbios são os vertebrados com a maior riqueza de espécies no mundo, possuindo cerca de 8.328 espécies, divididas em três ordens, Anura com 7.347 espécies (Sapos, Pererecas e Rãs), Caudata com 767 espécies (Salamandras) e Gymnophiona com 213 espécies (Cecílias). O Brasil é considerado como um país megadiverso e somos detentores da maior variedade de espécies de anfíbios do mundo com cerca de 1.136, sendo os Anuros o grupo mais bem representado com 1.093 espécies, dividido em 20 famílias e 105 gêneros, seguido pelo grupo das Cecílias com 38 espécies, separados em quatro famílias e 12 gêneros, e por fim as salamandras com cinco espécies de uma única família. Nessa emissão vamos trabalhar a diversidade dos anfíbios anuros do Brasil. Esses animais são conhecidos principalmente por representarem a transição entre a vida aquática para terrestre, já que possuem um ciclo de vida complexo passando por três estágios. São eles: i) Girino – Nessa fase os animais possuem cauda e a maioria das espécies vive 100% do tempo dentro da água, se alimentando e crescendo até a próxima etapa; ii) Imago – Momento de transição entre o girino e a fase adulta, aqui o animal já reabsorveu a cauda, ou seja, a cauda já sumiu e é hora de pular fora da água, mas ainda precisando estar em um lugar úmido; iii) Adulto – O último estágio é então a etapa onde os organismos já estão aptos a se reproduzirem e possuem todas as características finais de sua espécie, já sem caudas e podendo ficar em ambientes menos úmidos. Por serem animais extremamente dependentes da água, os anuros acabam sofrendo com diversas problemáticas, por exemplo o uso de defensivos pela indústria da agropecuária, a expansão urbana e a poluição dos rios e lagos. Nesse sentido, o Brasil produz desde 2002 o Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas, com o objetivo de avaliar o estado de ameaça das espécies brasileiras da nossa fauna. Na última versão (2018), 40 espécies de anuros aparecem em alguma categoria de ameaça (CR - criticamente em perigo, EM - ameaçada ou VU - vulnerável). Cerca de 153 espécies estão na categoria de Sem Informações (DD), pois ainda não foram bem estudadas ao ponto de confirmarmos o seu estado de conservação. Nos selos, estão duas espécies na categoria DD (Boana buriti e Pithecopus oreades) e três no estado Pouco Preocupante (LC) (Ameerega flavopicta, Osteocephalus taurinus e Pithecopus hypochondrialis).
Ameerega flavopicta (Lutz, 1925)
Classificação: Amphibia, Anura, Dendrobatidae
Nome popular: Sapinho-flecha.
Essa espécie é facilmente reconhecida pelas cores chamativas, mas pode ser confundida com uma outra, a Ameerega berohoka. Porém, a diferença entre elas é a presença de duas linhas amarelas nas costas de A. flavopicta e o tamanho, já que A. berohoka é menor. Esse sapinho era considerado endêmico do bioma Cerrado, mas já foi registrado até nas matas de Minas Gerais e São Paulo.
Boana buriti (Caramaschi and Cruz, 1999)
Classificação: Amphibia, Anura, Hylidae
Nome popular: Perereca-de-pijamas.
Espécie carismática, a Perereca-de-pijama recebe esse nome por possuir linhas nas costas e nas laterais do corpo que figurativamente parece um pijama. O nome Boana buriti faz alusão ao local onde ela foi descoberta, em Buritis – Minas Gerais, e até hoje ela só foi registrada em outros dois lugares, Paracatu – Minas Gerais e Brasília-Distrito Federal.
Osteocephalus taurinus Steindachner, 1862
Classificação: Amphibia, Anura, Hylidae
Nome popular: Perereca.
Essa perereca é considerada de porte grande e possui dedos longos e grudentos que a ajudam a escalar nas árvores. Sua distribuição é bem ampla, sendo encontrada principalmente na região Amazônica, mas também há registros mais ao Centro do Brasil.
Pithecopus hypochondrialis (Daudin, 1800)
Classificação: Amphibia, Anura, Phyllomedusidae
Nome popular: Perereca-macaco.
Uma representante da fofofauna de anfíbios, a perereca-macaco é uma espécie de ampla distribuição, sendo encontrada desde Rondônia até Santa Catarina. Possui essa coloração chamativa na parte lateral do corpo e nas coxas justamente para indicar perigo aos predadores ou também para se comunicar com outros indivíduos de sua espécie.
Pithecopus oreades (Brandão, 2002)
Classificação: Amphibia, Anura, Phyllomedusidae
Nome popular: Perereca-macaco.
Espécie endêmica do bioma Cerrado, possui seu nome Oreades em referência às ninfas da montanha segundo a mitologia grega, pois essa espécie ocorre principalmente em córregos temporários e de altitude.
Rosângela Azevedo Corrêa
Profª Drª Antropóloga – UnB
Museu do Cerrado
Bruno Alessandro Augusto Peña Corrêa Biólogo – UnB Museu do Cerrado
Detalhes Técnicos
Edital nº 13
Fotos: Bruno Corrêa
Design, foto-montagem e artefinalização: Daniel Effi–Correios
Textura de fundo: Freepik
Processo de Impressão: Ofsete e verniz localizado UV
Papel: cuchê gomado
Folha com 20 selos
Valor facial: R$ 2,10
Tiragem: 400.000 selos (80.000 de cada)
Área de desenho: 40 x 30mm
Dimensão do selo: 40 x 30mm
Picotagem: 11,5 x 12
Data de emissão: 22/9/2021
Local de lançamento: Brasília/DF
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
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