Sobre os Selos
A folha de selos reproduz nove moedas emblemáticas dos padrões monetários que fizeram/fazem parte da história do Brasil e da vida de milhões de brasileiros. Os selos retratam as duas faces das seguintes moedas: 100 Réis, de 1871; Cruzeiro, de 1942; Cruzeiro Novo, de 1967; Cruzeiro, de 1970; Cruzado, de 1986; Cruzado Novo, de 1989; Cruzeiro, de 1990; Cruzeiro Real, de 1993; e Real, de 1994. As moedas e o título são elaborados com relevo em película metálica prata e dourada, refletindo as características das peças em miniatura. O picote redondo procura reproduzir no selo formas similares às dos objetos retratados. Em segundo plano, no lado esquerdo do canto inferior, temos a representação de um porta-níquel, objeto tradicionalmente utilizado para o armazenamento de moedas no dia a dia. A folha de selos possui o fundo simulando um tecido jeans e os selos se localizam sobre a figura de um bolso, com suas costuras, texturas e detalhes, assim como rebites de reforço. A técnica utilizada foi computação gráfica.
Do Réis ao Real: Padrões Monetários Brasileiros
Circulando de mão em mão, as moedas representam o esforço do trabalho, as conquistas e os sonhos de um povo. Neste contexto, há dois significados para a palavra “moeda”. Ela pode significar peças geralmente redondas e metálicas, emitidas com autorização legal, que possuem inscrições, desenhos e um valor facial cunhado. De outro lado, empregamos a palavra moeda para significar o padrão monetário, ou seja, o nome do dinheiro usado em um país ou determinada época.
Desde a antiguidade, governos confrontam-se com a inflação. O aumento do custo de vida, a perda do poder aquisitivo dos salários e a desvalorização do dinheiro foram sempre questões a serem resolvidas. Diversas medidas podem ser adotadas para combater a inflação. Entre elas estão as reformas monetárias, que alteram os padrões utilizados, o “dinheiro”, com a finalidade de converter valores e criar uma transição entre o velho e o novo. As mudanças de padrão monetário possuem sobretudo uma função simbólica. O “novo” dinheiro procura sempre credibilidade, sem a qual nenhuma política econômica é capaz de legitimar-se e obter o apoio necessário junto à população para os resultados pretendidos.
Ao longo de sua história, o Brasil já teve 9 padrões monetários diferentes. Por 300 anos, durante a Colônia e o Império, houve diversas reformas, mas a moeda continuou com o mesmo nome: real, unidade monetária portuguesa criada em 1430, mais conhecido por sua forma plural réis. Após a criação do cruzeiro, em 1942, houve um recrudescimento do ciclo inflacionário e, num intervalo de 30 anos, houve sete mudanças no padrão monetário brasileiro: cruzeiro novo (1967), cruzeiro (1970), cruzado (1986), cruzado novo (1989), cruzeiro (1990), cruzeiro real (1993) e, finalmente, o real (1994).
Este conjunto de selos apresenta-se como uma amostra desses diferentes padrões monetários brasileiros, por meio da seleção de uma moeda metálica representativa de cada padrão.
No Brasil, desde 1500, já circularam mais de 700 tipos de moedas metálicas. Por isso, esta série é uma síntese dos padrões monetários brasileiros. As peças aqui retratadas mostram que, além do seu uso prático como meio de pagamento, moedas destacam-se pela variedade e beleza. Assim como os selos postais, elas expressam o patrimônio cultural do país e fazem parte dele, a evocar lembranças do passado e a desempenhar uma função educacional e integradora, sendo, ao mesmo tempo, produto da história e testemunha dela.
PADRÃO | PERÍODO | MOEDA | |
Réis | 1500- 1942 | 100 réis Cuproníquel 1871 Anverso: brasão do Império e data Reverso: valor facial e legenda | Essa moeda de 100 réis, conhecida como tostão, faz parte da série das primeiras moedas de cuproníquel do Império. Com a generalização do uso de cédulas, a cunhagem de moedas direcionou-se para a produção de valores destinados ao troco. O cobre foi substituído por ligas modernas, mais duráveis, para suportar a circulação do dinheiro de mão em mão. |
Cruzeiro | 1942- 1967 | 1 cruzeiro Bronze-alumínio 1956 Anverso: escudo das armas da República Reverso: valor facial e data | Com a República, vários estudos e projetos propuseram mudanças do padrão monetário nacional. Somente em 1942 foi criado o cruzeiro, em meio às dificuldades oriundas da Segunda Grande Guerra. O nome “cruzeiro” foi sugerido por Machado de Assis, em uma crônica de 1889. |
Cruzeiro Novo | 1967- 1970 | 20 centavos de cruzeiro novo Cuproníquel 1967 Anverso: Efígie da República Reverso: valor facial, data e motivo representando a indústria petrolífera | A criação do Banco Central do Brasil, em 1964, concretizou projetos antigos que remontavam ao Império. Procurando respostas para conter a inflação, o Banco Central logo iniciou estudos para implantar uma reforma monetá- ria. O cruzeiro novo foi criado em 1965, mas entrou em circulação apenas em 1967. A nova unidade monetária representava mil cruzeiros antigos. |
Cruzeiro | 1970- 1986 | 50 cruzeiros Aço inox 1981 Anverso: Plano Piloto de Brasília Reverso: valor facial e data | Em maio de 1970 entrou em vigor novo padrão, que voltou a se chamar cruzeiro, concluindo a reforma iniciada em 1967. Circulando até 1986, o cruzeiro teve três famílias de moedas: as do mesmo tipo do cruzeiro novo, as emitidas entre 1979 e 1985, e as lançadas em 1985, com as Armas Nacionais no reverso e valores elevados, de 100, 200 e 500 cruzeiros. |
Cruzado | 1986- 1989 | 100 cruzados Aço Inox 1988 Anverso: criança negra, datas, inscrições “Centenário da Aboli- ção” e “Axé” Reverso: Valor facial e representação da Bandeira Nacional | Em 1986, foi criado o cruzado, equivalendo a mil cruzeiros. Esta reforma fez parte do “Plano Cruzado”, um pacote de medidas que tentava conter a inflação, com congelamento de preços e salários e tabelas de conversão. O nome foi inspirado em uma antiga moeda que circulou no Brsil colônia. A peça escolhida para representar o cruzado é a moeda comemorativa do Centenário da Abolição da Escravatura, de circulação comum, que fez parte de um conjunto de 3 moedas conhecidas como “Trio Axé” (homem, mulher, criança negros) |
Cruzado Novo | 1989- 1990 | 1 cruzado novo Aço inox 1989 Anverso: efígie da República, data e inscrição “Centenário da República” Reverso: valor facial e representação da Bandeira Nacional | Três anos após o “Plano Cruzado” foi lançado o “Plano Verão”, nova tentativa de conter a inflação e estabilizar a economia. Foi criado o padrão cruzado novo, equivalente a mil cruzados. A linha de moedas busca destacar tipos da cultura do povo brasileiro; porém, aqui é mostrada a moeda comemorativa do Centenário da Proclamação da República, de circulação comum. |
Cruzeiro | 1990- 1993 | 50 cruzeiros Aço inox 1990 Anverso: baiana e data Reverso: valor facial e representação da Bandeira Nacional | No final dos anos 80, a inflação acumulada chegou a 1.000.000%. Decisões de impacto foram tomadas pelo Plano Brasil Novo, mais conhecido como Plano Collor, entre elas a introdução de nova moeda, o cruzeiro. A série de moedas cunhadas em 1990 deu seguimento à temática dos tipos humanos nacionais, retratanto o salineiro, o seringueiro e a baiana, tema da moeda em destaque. |
Cruzeiro real | 1993- 1994 | 5 cruzeiros reais Aço inox 1993 Anverso: duas araras Reverso: valor facial, data e símbolo CR$ | Em 1993, novo plano foi anunciado. Foi decretada a adoção do cruzeiro real, com corte de três zeros do cruzeiro. A fauna brasileira, que foi tema das últimas moedas do cruzeiro, voltou às moedas do cruzeiro real. No selo destaca-se a arara, que hoje é tema da cédula de 10 reais. |
Real | A partir de 1994 | 1 real 1998 Anel de alpaca e disco central de cuproníquel Anverso: globo terrestre, figura humana e legenda “Cinqüentenário Declaração Direitos Humanos” Reverso: grafismo indígena marajoara, valor facial, data e alusão à Bandeira Nacional. | O Plano Real conseguiu finalmente estabilizar a inflação. Antes da adoção do novo padrão moetário, foi adotada a URV, que funcionou como indexador único da economia. O real tem duas famílas de moedas: as de aço inox, lançadas em 1994, e a família atual em diversos metais, cujo projeto gráfico foi escolhido por concurso naci onal. A moeda de 1 real destaca-se por ser a primeira bimetálica usada no Brasil. Em 1998 foi lançada a moeda comemorativa de circulação comum celebrando os 50 anos da Declaração dos Direitos Humanos. Esta moeda foi a primeira das 22 moedas comemorativas de 1 real emitidas até hoje. |
Museu de Valores do Banco Central do Brasil
Detalhes Técnicos
Edital nº 2
Arte: José Carlos Braga
Valor facial: R$ 58,25 (9 selos de R$
10,55, R$ 9,55, R$ 8,55, R$ 7,50, R$ 6,50,
R$ 5,50, R$ 4,50, R$ 3,25 e R$ 2,35)
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Processo de Impressão: ofsete +
hotstamping dourado e prateado
Papel: cuchê gomado
Tiragem: 135.000 selos
Folha com 9 selos
Dimensões da folha: 190 x 155mm
Dimensão do selo: Ø 29mm
Área de desenho: Ø 29mm
Picotagem: Circular
Data de emissão: 12/04/2023
Local de lançamento: Brasília/DF
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